quinta-feira, novembro 27, 2003

Encantar, cantando.

É já este Sábado, dia 29, às 23h00, que a Marta Hugon vai cantar no Hot Clube. Com o Filipe Melo ao piano, o João Custódio no contrabaixo e o Marco Franco na bateria. E comigo, deslumbrado, entre o público.

quarta-feira, novembro 26, 2003

Rir é o melhor remédio.

“Era uma vez um palhaço que ao olhar pela janela de um Hospital viu lá dentro uma criança. Posso entrar? Em Setembro de 1993 após ler um artigo sobre médicos palhaços que visitavam crianças hospitalizadas nos EUA, Beatriz Quintella decidiu desenvolver um trabalho como palhaço voluntário em vários hospitais na região de Lisboa. A experiência foi fascinante e à medida que pesquisava descobriu outros grupos por todo o mundo que desenvolviam programas nesta área. Após visitar o Big Apple Clown Care Unit em Nova York e os Doutores da Alegria no Brasil convidou Bárbara Ramos Dias e Mark Mekelburg para juntos criarem um projecto de animação de crianças hospitalizadas em Portugal. Em Setembro de 2001 graças ao apoio financeiro da GlaxoSmithKline, este projecto assume um carácter profissional. No dia 4 de Junho de 2002, é constituída uma Associação sem fins lucrativos denominada Nariz Vermelho – Associação de Apoio à Criança, que tem como projecto principal a Operação Nariz Vermelho.”, como se pode ler aqui. Hoje estes doutores especias visitam o Hospital Dona Estefânia, o Hospital Santa Maria, o Instituto Português de Oncologia e o Hospital São Francisco Xavier e enchem-nos de alegria. Hoje, todos podemos ajudar. Veja como aqui. Ou compre por apenas 2€ o CD de Natal da Leopoldina em qualquer Continente, Modelo ou Worten e contribua para esta causa. Hoje.

terça-feira, novembro 18, 2003

A farmácia.

Na parte de trás da farmácia dos meus pais começava o que durante muitos anos foi o meu mundo. Um degrau valente da altura de dois e uma estante em “L” cheia de remédios separava-o do balcão e das conversas quase sempre sérias, obrigatoriamente à volta das doenças do dia e do bairro. A estante em “L” dava para uma sala forrada de mais estantes forradas de mais remédios, em que cada espaço estava minuciosamente aproveitado até ao tecto. Lá no alto arrumavam-se os últimos remédios. Quando na sala das estantes, o meu pai subia ao pequeno escadote para lá do alto tirar um remédio, o tempo demorava-o sempre um pouco mais. A sua bata alva e sem mácula dançava sobre os meus olhos e libertava um lento murmúrio que descia pelas paredes. Era a preçe de um homem que sem fé pedia para que aquele não fosse o último remédio. Para a pessoa que eu corria a espreitar. De dia, na sala das estantes só haviam remédios e silêncio, aí a minha existência acontecia em segredo, não se podia fazer barulho que não se ouvisse lá na frente, ao balcão. A sala das estantes tinha duas portas contíguas, uma para o escritório, onde raramente entrava, e outra para a cozinha de mármore adaptada a laboratório. No laboratório, como o meu pai fazia questão que se dissesse, estavam duas das coisas de que eu mais gostava: a possibilidade de sempre que não chovia ir para o quintal das traseiras, onde o meu pai tinha plantado uma árvore de borracha no meio de meia tonelada de areia que lá se mandara colocar para eu brincar e que fazia as delicias dos gatos das redondezas. E as caixinhas. No quintal brincava eu, no laboratório brincávamos os dois. As caixinhas redondas de plástico branco eram dos meus brinquedos preferidos. E eram inesgotáveis. As caixinhas de plástico, eram dadas pelo meu pai e pela minha mãe aos clientes que encomendavam remédios que a indústria não fazia ou não fazia em quantidade. Gostava de ver o meu pai a engrossar a pasta de um lado para o outro com a sua espátula sobre a extensão de pedra-mármore, depois de a ter pisado no almofariz. No laboratório, as embalagens dos mediacamentos davam lugar a muitos frascos e frasquinhos de vidro, todos devidamente etiquetados, uma vez que os potes antigos de porcelana estavam na parte da frente da farmácia a cumprir uma nova função. Faziam do lado de dentro o que o letreiro preto com as letras abertas a ouro fazia para a rua: davam-lhe o ar de uma farmácia tão pequenina como simpática. Os meus brinquedos, as caixinhas, eram vendidas pelo meu pai e mãe de formas diferentes. O meu pai com um aperto de mão e um curto “as melhoras, sim?”. Já a minha mãe prolongava a entrega do remédio até deixar o meu pai doente. Não o fazia de propósito ou porque pensasse que estava a dar os meus brinquedos, mas porque não o sabia fazer de outra forma. Entregava os remédios conversando. Até muito tarde o meu pai achou que enquanto ele aviava cinco clientes, a minha mãe falava, falava apenas com um. Até muito tarde, o meu pai não soube compreender que os muitos e rápidos clientes que ele aviava só iam àquela farmácia por já terem conversado com a minha mãe. A minha mãe, que ontem fez 77 anos e já não poderia vencer o degrau valente da altura de dois, ainda é o meu remédio, a minha caixinha.

sexta-feira, novembro 14, 2003

Contra a violência contra as mulheres 2.

Não resisto a contar o anúncio de imprensa.

No portão de uma banal moradia, a placa "Cuidado com o Cão" foi substituída por uma outra: Cuidado com o marido.

quinta-feira, novembro 13, 2003

Contra a violência contra as mulheres.

Há uns meses atrás, a Gabi, o Jorge e com certeza muitos de nós, demos com uma notícia de jornal cujo título dizia: “Em Portugal, a violência doméstica mata cinco mulheres por mês”. Ficámos chocados porque não sabíamos, não imaginávamos. No seu corpo, a notícia prosseguia violenta: na Europa, a violência doméstica é a principal causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando doenças como o cancro e os acidentes de automóvel, e uma em cada cinco mulheres é vítima, pelo menos uma vez na vida, de agressões no espaço doméstico” (segundo um estudo do Conselho da Europa). Depois do choque, a Gabriela Hunnicutt, o Jorge Barrote, a Raquel Coimbra, o Papi e toda uma equipa da J. Walter Thompson fizeram alguma coisa. Uma campanha de imprensa, rádio e televisão, assinada pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, para assinalar o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres, que se comemora já no próximo dia 25 de Novembro. Para assinalar o dia, mas não só. O dia apenas vai servir de pretexto para colocar o dedo na ferida e a ferida na agenda da actualidade. A campanha vai dizer a todos os portugueses, vítimas incluídas, que a violência doméstica já é um crime público que todos temos o dever de denunciar. O ar do tempo que todos os dias respiramos faz-nos constatar que somos sujeitos a overdoses de estímulos e que, em consequência, é cada vez mais difícil à publicidade mudar comportamentos. Por essa razão, esta campanha não é uma campanha qualquer. É uma campanha dura, muito dura. Os anúncios podem chocar – vão chocar muita gente - mas nunca mais do que a própria realidade. Deixo imediatamente abaixo o texto do spot de rádio – um dos melhores que até hoje ouvi – de uma campanha que poderá ver, ouvir e ler já a partir de Sábado, dia 15.

“Uma voz masculina - com o eco próprio de uma igreja e a sinceridade do momento - diz em primeiro plano:

V.M.: - EU, ANTÓNIO JOSÉ, PROMETO ESMURRAR-TE E HUMILHAR-TE,
ATIRAR-TE AO CHÃO E DAR-TE PONTAPÉS, NOS MOMENTOS DE RAIVA E DE FÚRIA, SEM DÓ NEM PIEDADE, DURANTE TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA… ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.

Neste momento, uma voz de companhia feminina explica:

V.C.: - CINCO MULHERES MORREM TODOS OS MESES EM PORTUGAL VÍTIMAS DE AGRESSÕES. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA É CRIME PÚBLICO. TODOS TÊM O DEVER DE DENUNCIAR.

25 DE NOVEMBRO. DIA INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES. APOIO: APAV. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE APOIO À VÍTIMA. “

Como nos diz a APAV, “ao contrário do que se pensa, a agressão física não é a única forma de violência. Muitas mulheres são intimidadas, ameaçadas, sofrem privação económica, além de agressões psicológicas e sexuais. E uma vez que a violência começa, tende a piorar e a tornar-se cada vez mais mais frequente. Muitas vítimas não denunciam por vergonha, outras por princípios religiosos, mas a maioria tem medo. O que muitos não sabem é que a violência doméstica agora é crime público, por isso não é necessário que seja a própria vítima a fazer a denúncia. Qualquer um que tenha conhecimento de um caso, dentro ou fora da família, também pode e deve denunciar. A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima - tem um número de denúncia que funciona de segunda a sexta, das 13h às 19h: 707 20 00 77.”

Para mais informação, visite a APAV, conheça o II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica e leia a opinião de um especialista.

segunda-feira, novembro 10, 2003

O riso da Maria.

A minha filha sorri pouco e, na dúvida, ainda bem. Quando ri, a Maria ri com os olhos e o pescoço e o corpo inteiro, deixa-se ir e arrasta-me, perde forças, todas as forças que eu ganho, que recupero para mim imeditamente ali, como se o seu riso fosse um acrobata que alto e a bom som salta de um trapézio para outro, mesmo se muitas vezes nos rimos, sem saber do que rimos, de coisas diferentes, o riso continua dobra-se e desdobra-se em gargalhadas consecutivas, numa só. Já não é um riso completamente inocente, é já um jogo, que me lembra a inteligência da mãe. A mãe que todos os dias, mostrando-lhe qualquer coisa nova, lhe arranca um oh! de surpresa, um oh! tão verdadeiro que não conseguimos conter uma gargalhada e ela de volta inunda-nos com as dela. Que a Maria nunca sorria podendo rir.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Jazztel

Bar Projecto Jazz em Pombal, hoje e amanhã: a partir das 23h00 pode ouvir a voz de Marta Hugon, o piano de Filipe Melo e o contrabaixo de João Custódio a interpretarem standarts de jazz.

Júlio de Matos, dia 18 deste mês: às 22h30 pode ouvir os Four & More, grupo composto por Mário Monteiro na guitarra, João Gomes - dos Cool Hipnoise e Space Boys - nas teclas, Pedro Pinto no contrabaixo e João Lencastre na bateria acompanham a voz de Marta Hugon.

E lá para o fim do mês, está confirmado, a Marta vai ao Hot Clube cantar e encantar. Lá estarei. Assim que souber a data...

quarta-feira, novembro 05, 2003

Bloguitica.

Paulo Gorjão decidiu acabar com os Bloguitica Nacional e Internacional e criar um único blogue, o "Bloguitica", cujo link está já aqui mesmo ao lado. A sua leitura é, ao mesmo tempo, um prazer e uma obrigação.

terça-feira, novembro 04, 2003

Cara a Cara.

A não perder. Aqui.

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